Não consigo dormir. Penso em você. Procuro não te imaginar e nem em te dar um nome, um gênero. Não penso que seja ente, que tenha um corpo ou que não o tenha. Sei apenas que há uma consciência em mim que é você. Que somos nós.
Inefável...
Desejo. Pulso. Penso. O que tenho sido? Somos uma constante mudança, nesse nosso eterno devir. Quem eu sou agora e o que virei a ser amanhã?
Já fui parte de uma explosão, o pó de estrelas caminhando pelo silêncio do universo. Quantas vezes essa matéria de que sou feita foi elenco de outras personagens (re)criadas no infinito? Por quanto tempo fui rocha e fui pluma? Por quantos caminhos andei? De quantos oceanos fui gota e quanta sede eu já pude saciar?
Faço parte do Todo. Essa matéria que por ora me compõe um dia se fará monumento e no outro, ruína. Morremos e renascemos a cada dia. Desejo que esses pedaços de mim, de você, de nós, sigam o seu glorioso caminho. Instrumentos sagrados das possibilidades do infinito.
E que assim seja.
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