quinta-feira, 19 de março de 2009

"COMO OS NOSSOS PAIS"


Vocês já repararam que existe uma ideia estranha e bastante comum entre as pessoas de que no passado as coisas eram melhores? É claro que existiram coisas boas e ruins a depender da posição e das expectativas de cada um que lá viveu. Mas o mesmo ocorre aqui e agora.

O fato é que há um desejo perigoso nas pessoas pelo retorno devido a seu medo diante de tudo o que é novo. As pessoas temem as mudanças e assim romanceiam o que já experimentaram como um porto seguro. 

E assim alimenta-se a melancolia por um passado idealizado em suas mentes e que nunca voltará e nem poderia, porque nunca existiu. E ainda que se pudesse enxergá-lo como realmente era, em todas as suas esferas, em todos os seus erros e acertos - de acordo com a nossa visão contemporânea sobre "certo" e "errado", obviamente - e, ainda assim desejá-lo, de que adiantaria? É inútil. Não podemos trazê-lo de volta. É uma flecha disparada.
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Por que temer o novo? As coisas têm acontecido muito rapidamente? A moral, a ética ou os valores parecem deturpados? Mas não é o presente uma consequência dos atos passados? b

Então por que raios idolatrar a semente se parecemos não gostar de seus frutos? Sempre é hora de semear, de cuidar e colher. Os tempos são simultâneos. Passado, presente e futuro estão todos aqui.