domingo, 8 de abril de 2012

EU VEJO O MESMO QUE VOCÊ?

E se os nossos sentidos forem as únicas ferramentas disponíveis que temos para interpretar as coisas que nos rodeiam e a nós mesmos? Nesse caso, cada um vê e  sente o mundo de modo individual e insondável pelos demais que, naturalmente, também o enxerga e sente a sua maneira. Mas, se assim o é, como é que entramos em consenso?

Era uma vez...
Numa terra muito, muito distante o dia em que a cor que chamamos "vermelha" havia sido batizada de "BABU".

Séculos depois, desde que Florisbela nasceu ela aprendeu que aquela cor que enxergava chamava-se BABU. Mas sempre que olhava para aquele belíssimo tom, a pequena enxergava a cor que entendo por amarela. Para Florisbela, portanto, "BABU" era a cor amarela e não vermelha.

Pequeno Juan, por sua vez, desde que nasceu aprendeu também que aquela cor que enxergava era chamada de BABU. Mas Juan, sempre que olhava a cor, enxergava o que eu chamo de azul. Para Juan, "babu" é azul.

Como então Florisbela e Juan poderiam entrar em consenso sobre Babu? Isso seria possível?  É claro que sim. Eles se entendem muito bem! Pois toda a vez que vislumbram juntos a cor "vermelha", tanto um quanto o outro a chamam de "BABU". Mas em seu universo único, particular e insondável o que Florisbela vê é o "amarelo" enquanto "Juan",  azul.


Assim, talvez como mero devaneio, podemos supor que existam árvores cor-de-rosa, céus de esmeralda, águas amarelas e nuvens nos mais variados tons de lilás, a depender de quem os contempla. 

Será que o céu que eu vejo é o mesmo céu que você vê?