terça-feira, 26 de abril de 2011

ESPERANÇA EM PERSPECTIVA


Você é a culpada. Sim. Você, Esperança. Maldita, Esperança! É você quem prorroga a ilusão, a angústia e o sofrimento. Realmente é a última que morre, junto com o seu hospedeiro. Quando não mais puder sugar-lhe a verdade, aquela que realmente promove a vida, a liberdade.

Você mata aos poucos e cruelmente, Esperança. Ludibria a todos disfarçada de boa moça, provocando doces ilusões que escondem as verdades dolorosas. Mas a realidade é também composta pela dor, pelos sofrimentos que são capazes de dar contorno e vida às alegrias. A dor é necessária. Ela é quem promove a verdadeira forma do prazer.

Você mente. Você promove falsas alegrias que não possuem formas, contornos ou limites reais. São apenas miragens na superfície, sem consistência, sem profundidade. Que faz do iludido um mergulhador ávido para se jogar de cabeça e quebrar o pescoço no mais denso pó do deserto do vazio.

Mas, não fará isso comigo, Esperança. Eu prefiro mergulhar até o fundo do oceano de meus sofrimentos e com meus próprios esforços tentar chegar à praia de minhas alegrias. Não me iluda. Não me prometa oásis.

Eu não acredito em você. Não mais.
Assinado: O desiludido.


Minha doce e querida Esperança,

Você é a luz que me guia! É o passo possível no escuro! O lampejo de luz entre as sombras! Pois quando tudo é trevas, como um farol em meu coração, você ilumina o meu caminho e me dá a coragem necessária para avançar. Sem você, Esperança, eu permaneceria estagnado em meu medo sem motivos para prosseguir.

Você me aponta horizontes desconhecidos quando tudo o que sinto é o abismo. E então há sempre um novo caminho a seguir. Você me diz que existem tantas possibilidades a experimentar! Quando eu te escuto o meu coração se aquece e a vida parece ter um novo sentido em continuar. Tu és a doce fagulha Divina em minha alma! Que reine abundante em meu peito! Que guie sempre os meus passos e acalente o meu coração!

De seu servo e amigo,
Ser humano.