quinta-feira, 22 de setembro de 2011

UMA PINTURA

Ontem eu sonhei com você. No sonho você estava feliz. Fazia frio. Mas o seu sorriso era quente. Não me lembro de muitos detalhes, pois as imagens estavam distorcidas em escalas de cinza. Senti saudades de você ou da imagem que eu pintei.

Pareciam os dias que eu vivi ao seu lado: a doce rotina, a perfeita fórmula da felicidade. Um sonho em escalas de cinza. Da cor da saudade. Ou da ilusão. Que importa? Que diferença faz um nome? "Sonho", "saudade", "ilusão"? Tanto faz. São meras imagens que só existem em minha cabeça, de qualquer forma.

E então eu acordei e me lembrei do seu sorriso frio naqueles dias quentes. Eu desejei profundamente que o sonho voltasse e que as imagens que pintei fossem verdades. Mas não são. E eu tão pouco sei o que é real.

Lamento por eu não ter te enxergado, por ter tomado o seu corpo emprestado e feito dele o desenho de um herói, de um ideal que criei para mim. Lamento, sobretudo, por não conseguir me lembrar de você. Apenas de uma pintura.


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